terça-feira, 1 de setembro de 2020

Farsantes (cont)

Bolsonaro e Guedes: os advogados de um Brasil mais pobre e menos democrático

Tudo isso vem à tona agora com a discussão do orçamento de 2021, momento que evidencia duas correntes de opinião que apenas divergem no grau de maldade social com que sugerem as receitas pensadas para tirar a economia do buraco. De um lado, a percepção do bolsonarismo de que estamos sentados sobre uma panela de pressão: mantida a depreciação do mercado interno através da redução do poder de compra da massa salarial, e com remendos nos programas sociais que sobreviveram da era petista, o que pode ocorrer é a revolta social. Já não é mais imagem da ficção distópica um cenário de saques e depredações provocadas pela escassez de meios de sobrevivência. 

De outro lado, a percepção do ultraliberalismo de Paulo Guedes, um agente do capital, corrupto e mentiroso, disposto ao que for preciso para manter o teto dos gastos (como se a sociedade carente de investimentos públicos não existisse) para proteger o capital especulativo e os lucros do capital. É ele que os empresários apoiam; Bolsonaro é 'suportado'.

Penso que nos limites desse impasse, o Brasil não tem saída, de onde emerge a possibilidade de que os mecanismos de controle político, no nível midiático, parlamentar e jurídico, tendem a recrudescer, isto é, tendem a se tornar mais reguladores e fascitizantes, com a contrapartida de uma menor intervenção democrática da sociedade civil. 
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