Conspiração da pólvora Gravura do século XVII de Crispij van de Passe |
Bem, a Globo jamais foi punida pelo crime que cometeu, mas o hábito parece ter deixado a boca da família Marinho torta. Nas eleições de 2018 os indícios de que estamos diante de uma articulação de amplas proporções cujo objetivo também é frustrar a vontade popular, como em 1982, são inúmeros, mas duas coisas me parecem unificar a tática usada agora: uma radical transgressão da normas do jornalismo político da velha mídia (que assume sua condição de assessoria de imprensa da direita) e um envolvimento aberto e desavergonhado da defesa dos interesses privados no êxito das candidaturas conservadoras. O fato que parece indicar essa mudança é a verdadeira lição oferecida ao país pelo senador Roberto Jucá nos diálogos mantidos com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado. Na versão amplamente divulgada pela imprensa, Jucá exibiu o que teria sido o organograma nunca apurado que golpeou o mandado de Dilma Rousseff. Até agora, como nenhuma investigação foi feita em torno do assunto, a suposição é a de que esse esquema tenha sido mantido "com tudo", isto é, com a conivência e participação de forças institucionais, inclusive o STF. O nome disso é conspiração.
Posso estar enganado, mas as eleições deste ano estão passando por um processo de solapamento cujo objetivo é estreitar as margens de legalidade das candidaturas progressistas, embora mantida a legalidade geral do pleito. É um processo sutil, decidido nos tribunais e convalidados pela mídia.
Leituras sugeridas: * O Judiciário e as elites levam o Brasil à rebelião (Fornazieri, GGN) * Haddad fora do JN (BR-18) * Haddad vira réu em processo sobre construção de ciclovias em São Paulo (Uol) * Retorno da esquerda no Brasil é o pior pesadelo dos investidores (Exame) * O poder econômico flerta com o fascismo (Outras Palavras) * Itaú cria seu partido e quer disputar a presidência (Bancários) * Candidato do Novo incita crime contra a esquerda em propaganda eleitoral (The Intercept) * Dono da Havan desafia lei eleitoral e promove Bolsonaro (El País).
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