quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Conspiração

Conspiração da pólvora
Gravura do século XVII de Crispij van de Passe
Bem, a Globo jamais foi punida pelo crime que cometeu, mas o hábito parece ter deixado a boca da família Marinho torta. Nas eleições de 2018 os indícios de que estamos diante de uma articulação de amplas proporções cujo objetivo também é frustrar a vontade popular, como em 1982, são inúmeros, mas duas coisas me parecem unificar a tática usada agora: uma radical transgressão da normas do jornalismo político da velha mídia (que assume sua condição de assessoria de imprensa da direita) e um envolvimento aberto e desavergonhado da defesa dos interesses privados no êxito das candidaturas conservadoras. O fato que parece indicar essa mudança é a verdadeira lição oferecida ao país pelo senador Roberto Jucá nos diálogos mantidos com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado. Na versão amplamente divulgada pela imprensa, Jucá exibiu o que teria sido o organograma nunca apurado que golpeou o mandado de Dilma Rousseff. Até agora, como nenhuma investigação foi feita em torno do assunto, a suposição é a de que esse esquema tenha sido mantido "com tudo", isto é, com a conivência e participação de forças institucionais, inclusive o STF. O nome disso é conspiração.

Posso estar enganado, mas as eleições deste ano estão passando por um processo de solapamento cujo objetivo é estreitar as margens de legalidade das candidaturas progressistas, embora mantida a legalidade geral do pleito. É um processo sutil, decidido nos tribunais e convalidados pela mídia. 

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